FINALMENTE!!

A casa está pronta, por isso aprecie a estadia.
Ao dispor, o eternamente seu,

Agente ES(DES)EV

EDITORIAL: Seja bem-vindo ao lado negro

Caro leitor, seja bem-vindo! Não importa se é funcionário, professor, aluno da ESEV, ou um simples mirone. Tampouco interessa se já passou por esta escola, se aqui continua a passar os seus dias, ou se só no futuro o seu caminho se cruzará com o da ESEV.
O que aqui se pede é que leia com atenção os relatos que aqui vou (vamos) colocando. Alguns já conhecerá, mas vou (vamos) contá-los de novo, porque vale sempre a pena rever um clássico; outros, que terá ouvido, mas duvida que sejam reais, prometo (prometemos) que o farão pensar duas vezes; e há ainda uma terceira categoria, a dos segredos que guardo (guardamos) há mais ou menos tempo, mas que estou (estamos) ansioso por partilhar.
As estórias que aqui se contarão são as mais variadas. Falam de mal-entendidos burlescos e cómicos, dignos de um filme indiano, ou referem-se à cambada do universo da ESEV, que tem personagens que davam casos clínicos apaixonantes.
Mas tudo o que aqui é trazido tem uma coisa em comum: conta o lado negro, podre e mal-cheiroso de uma instituição que se qualifica de "Superior" e "de Educação", mas que tem muitos vícios e hábitos instalados.
Não se pretende fazer justiça (se der, tanto melhor), porque isso já se sabe que é difícil em Portugal. Mas uma pessoa entra na ESEV e vê tanto semblante carregado, tanta gente stressada e aborrecida... Como se costuma dizer que a um ano novo corresponde uma vida nova, pensou-se que era preciso uma lufada de ar fresco.
Resta desejar, leitor amigo, que desfrute do que para aqui vai e que faça deste blogue uma paragem diária e obrigatória, contribuindo, inclusive, com os seus comentários para a nossa causa. Alguém disse que a realidade supera, por vezes, a ficção. No caso da ESEV essa regra funciona ao contrário.

Indecente e regularmente seu,

Agente ES(DES)EV.

P.S.: Não deixe de ouvir a nossa Banda Sonora (à direita, em baixo).

Reforma aos 62, graças a Deus!

O exemplo daquele que para muitos estava para a ESEV como Jabba the Hut esteve para "O regresso de Jedi" é um excelente argumento para os que se opõem ao aumento da idade da reforma: Vara Brinco reformou-se aos 62... e já foi tarde!

Na tarefa de o descrever, às suas capacidades intelectuais, e ao seu relacionamento com os alunos me auxilia um cantautor que parafraseio "e zás, enfio-te o José Hermano Saraiva no Zé Castelo Branco!!" - tal e qual.

O vil beato espiritista, que durante anos instaurou um regime teocrático em seu torno na presidência da ESEV (os/as acólitos/as Paulo Bronco Amartelado, MCM e alguns outros sábios na liturgia de beijar o anel, disso são testemunha) foi, paradoxalmente, o meu mais habilitado (academicamente) professor e, ao mesmo tempo, o mais medíocre. Também ele foi, em seu tempo, o exemplo acabado da marca "made in ESEV".

A vitória é nossa!

Se a ESEV fosse um Mcdonalds, a Vitória das fotocópias merecia ter a foto dela no quadro de "empregado do mês". Todos os meses (o que seria óptimo para apreciarmos aquela beleza afrodisíaca a toda a hora)!
Porquê? Vão ao centro de cópias e reparem na destreza, quase erótica, com que ela passa o dedal pelas folhas acabadinhas de sair da máquina. Que deleite! Ou admirem a humildade da Vitória ao pegar na máquina de calcular para fazer 0,35€ mais 0,70€, sabendo já que o resultado é 0,97€. Que lição!
Depois há o lado humano. Tal como as feirantes ou as peixeiras, a Vitória arranja sempre um tempinho para conversar com os clientes, sejam alunos, professores ou funcionários (especialmente funcionários). E consegue mesmo reconstituir um ambiente de feira, quando berra para o outro lado da sala a perguntar como foi o episódio de ontem da novela. Ou quando comenta a alto e bom som que o gajo de Educação Física tem um bom cu. Que rústico, que pitoresco!
Dra. Maria de Jesus peço-lhe: assine já um contrato vitalício com essa verdadeira galinha dos ovos de oiro menina de oiro da ESEV! Não permita que ela vá a custo zero para o Fórum ou para outra casa de fotocópias!

Pedro "Martelo"

Esta é a história do funcionário Pedro "Martelo". Pedro, ao que consta fruto de um acidente rodoviário, sofreu algumas lesões cerebrais. Por isso, adquiriu algumas anomalias psíquicas que têm de ser acompanhadas regularmente por medicação para não deixar o Pedro "fugir" da realidade. Apesar desta incapacidade, a ESEV decidiu que ele seria útil e por isso arranjou-lhe uma função. Tudo muito lindo, uma escola pública integra um deficiente, dando-lhe uma ocupação, ainda que temporária. Este gesto, que deveria servir como exemplo, tinha como aplicação prática que Pedro não tinha nada para fazer o dia todo, já que nada lhe davam para fazer. A única indicação que tinha era o de "auxiliar" (em sentido formal) ou "senta-te aí e não faças asneira" (em sentido informal) a esforçada Vitória nas fotocópias. Ora, como Pedro tinha imenso tempo, porque no fundo era um empecilho inútil, começou a gastá-lo no que o seu espaço oferecia: Internet e estudantes do sexo feminino. Duas actividades intimamente relacionadas e nas quais o Pedro podia realizar as suas fantasias. Na Internet frequentava os chats à procura de encontros virtuais, em colaboração com o inconfundível Hélio. Na vida real, provocava e assediava as estudantes utilizando por vezes linguagem obscena. O que diziam os responsáveis da escola de tudo isto? Nada! Lá queria saber o que o Pedro andava a fazer. Ele estava ali para ser um fantoche de uma escola de farsa e aparências! Infelizmente, como o Pedro tinha este dia-a-dia muito educativo começou a entrar numa realidade paralela que o levou a deixar, inclusive, de tomar a sua medicação. Resultado disso, num dia solarengo da ESEV, igual a tantos outros, Pedro decidiu que era tempo de dar uma martelada!! Levado pelo seu entusiasmo quotidiano decidiu masturbar-se mesmo ali na sala de computadores à frente de toda a gente. Nesse momento, os ditos responsáveis aperceberam-se (tal foi o choque e a surpresa) que algo de errado se passava. Trataram logo de garantir que o Pedro acabava o seu contrato o mais rapidamente possível e que a "rotina" (núcleo central) da escola não voltaria a ser posta em causa. Quanto ao Pedro voltou à sua vida civil e continua à espera de nova oportunidade de trabalho depois da experiência adquirida no ensino superior. Aqui fica mais um profissional com a marca de excelência da ESEV.

MCM: que saudades!!

MCM, de apelido virado para o futuro, foi, é e será um marco na História. Ok, não vamos tão longe. Marco sim, geodésico talvez, mas na história da ESEV. Impossível esquecer a sua famosa “Aula do Retroprojector”. Em 50 minutos de incomensurável prazer, MCM ensinava aos seus humildes aprendizes a arte de ligar, desligar, posicionar e tratar um retroprojector. Num mundo moderno, MCM doutrinava a fazer transparências desdobráveis e lembrava a extrema necessidade dos alunos, sempre responsáveis, andarem com uma lâmpada sobresselente no bolso – não fosse a original deixá-los mal – e com papel de prata («o do tabaco também serve»), para outras intervenções tecnicamente arrojadas no retroprojector. Num mundo moderno, dizíamos, essa aula, exemplo brilhante da sua douta altivez intelectual, parece importada de 1980.
A perspicácia, a cultura, a sagacidade, mas, principalmente, a condescendência para com as opiniões alheias («tudo se aceita, porque tudo é subjectivo»), fazem-nos gritar: QUE SAUDADES!!! Que Deus Nosso Senhor te tenha lá sei-lá-onde, provavelmente com o Lancia Lybra Cinzento que todas as manhãs escoltava o teu Opel Corsa Cinzento até à escola. Ámen.